Simão Santos e convidadas fazem show inesquecível na Praça das Artes
- Edmar Gomes
- 2 de fev. de 2019
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022

Simão e sua inseparável guitarra, no palco da Praça das Artes
-Eu já fui cabeludo, parecido com Djavan, e curtia muito em Picos, Piauí, nos anos 80. Eu não tive banda de rock, mas tive uma banda de baile que tocava todo estilo de música e agradava todo mundo.
Foi assim que o músico Simão Santos começou a contar sua história ao Folha da Serra, logo após o show, na noite do sábado, 26 de janeiro, na Praça das Artes, em Sobradinho-DF, pelo Projeto Arte na Praça.
Simão, a princípio, parece uma pessoa fechada, mas é simples e educado – um gentleman, na verdade.
Ele fala pouco e quase ninguém conhece a sua história. Porém, tem uma longa trajetória musical e guarda saborosos casos de um tempo em que músico de verdade tinha de ir aonde o povo estava e “nada era longe e tudo era tão bom”, como já disse Fernando Brant.
“Eu já acompanhei Waldik Soriano, por várias semanas, numa excursão pelo interior do Piauí, Rio Grande do Norte e Paraíba. Waldik era de ótima convivência,” conta Simão, revelando apenas uma pontinha do iceberg do que é sua carreira musical...
No show do Projeto Arte na Praça, além de dedilhar sua guitarra mágica, ele surpreendeu o público soltando a voz em clássicos da MPB e do pop rock, além de apresentar suas convidadas especiais: as divas da MPB de Brasília, que ele sempre acompanha em apresentações e gravações.

A cantora Rosemaria presta homenagem ao “amigo” e guitarrista Simão Santos
Divas - Anna Doni, Rosemaria, Lúcia de Maria e Célia Rabelo subiram ao palco do Projeto Arte na Praça para cantar com Simão e todas elas demonstraram grande afeto e gratidão pelo músico. Rosemaria chegou a homenageá-lo com um diploma especial.
Mas não foram somente as divas da MPB do DF que cantaram com Simão. Os cantores Luca Rodriguis e Gessé Lima também se juntaram a ele, numa festa de rara felicidade, com todos estes talentos da arte musical serrana.
Preferido por dez entre dez cantoras(e), o guitarrista, que mora em Sobradinho desde 1991, é filho de um maestro que o ensinou a tocar violino, violão, cavaquinho...
Mas, ele se apaixonou mesmo foi pela guitarra e este amor dura até hoje. “Eles, realmente, formam um belo casal no palco e na vida”, arrisca a dizer este que vos escreve.
Como era de se esperar, o show de Simão e convidadas(o) recebeu rasgados elogios de quantos o assistiram. Mas, modesto como é, ele afirmou que tudo foi fruto da participação dos amigos(a).

A cantora Anna Doni faz sua festa no palco, ao lado de Simão
Repertório - O guitarrista afirma que gosta de todo estilo de música. “Desde que seja bem feita”. No entanto, ele confessa que seu coração guarda mais espaço para a MPB.
O repertório do seu show foi baseado no que as “meninas gostam de cantar”. “Tenho grande afinidade também com Luca e Gessé,” revela.
Simão Santos, que também já acompanhou Belchior em shows pelo Nordeste e o tem como seu compositor preferido, no entanto, não cantou nem ouviu nada do cearense.
“As meninas não programaram nada dele. Não tem problema. São elas que mandam em mim,” explica mais uma vez.
Além de acompanhar Belchior, nos anos 80, Simão acompanhou outros medalhões do brega, fora Waldik. O primeiro, com todo respeito, foi Altemar Dutra. Depois veio Sidnei Magal e a “princesa” Diana (Fatalidade).

Lúcia de Maria canta para Simon
E ainda tem mais. Simão tocou com o famoso Bartô Galeno nos bailes da vida. Galeno é autor e intérprete do hit No toca-fitas do meu carro, lançado pelo paraibano em 1978.
Com este invejável portfólio e o amor de, praticamente, todas as cantoras de Brasília... e de alguns cantores (Gessé Lima é um deles), Simão, agora, está trabalhando um repertório autoral e já tem muita coisa em partituras. “Logo, logo virá um CD por aí.” Que bom!
SS adotou Sobradinho como sua terra e afirma que o Projeto Arte na Praça é de suma importância para a cidade, “que tem muitos músicos bons e precisam desta oportunidade”.
Ele diz que faz sua parte, acompanhando os cantores e bandas, desde o início do projeto, e aconselha os artistas serranos a estudar mais e explorar mais suas vozes e seus instrumentos.
“Assim, nós vamos melhorar tecnicamente, dar um salto de qualidade na música de Sobradinho e ganhar o mundo”, profetiza.

Célia Rabelo e sua bela voz, acompanhada por Simão e sua bela guitarra e banda
Eles e Elas - O respeitado cantor Luca Rodriguis - que também está preparando um CD só com autorais - já gravou e foi acompanhado por Simão em diversas ocasiões.
Luca afirma que SS é um grande ser humano, um guitarrista sensível e um profissional nota 10.
Já Célia Rabelo, cheia de brilho e simpatia, diz que Simão é o “marido” de todas as cantoras.” Ele faz tudo que agente pede”, brinca . “Todo mundo deveria conhecê-lo. Ele toca bonito e faz tudo com muito carinho.”
A veterana Lúcia de Maria, que começou a cantar nos bares Nosso Mar e Caranguejo, na Asa Norte, em 1987, teve Simão como guitarrista, no Bar Academia, no Amoremio e uma convivência de sete anos e meio com ele, no New Socth Bar, na 204 Norte. Até hoje, ela o chama de Sáimon. “Simon é tudo bom”, confessa.

Dezenas de artistas homenageiam Simão Santos: (SS é o cara)
Gessé Lima garante que passou a conhecer Brasília, depois que conheceu Simão.
“Foi o melhor encontro profissional que eu tive fora do meu estado. Para mim, ele é tudo. Tocar com Simão é inexplicável. Gravei três CDs com ele. Ele é uma garantia de perfeição”, confessa o cantor pernambucano.
A versátil Rosemaria revela que seus projetos mais importantes foram divididos com Simão.
Ela se lembra especialmente do show em homenagem ao centenário de Noel Rosa, num palco flutuante, no Lago Paranoá. “Este show foi interessantíssimo e inesquecível parta mim.”
Rose revela que SS é muito importante para os cantores(a) porque os deixa à vontade. “A harmonia dele, na guitarra ou no violão, é maravilhosa. Ele cria o clima ideal para a música fluir,” finaliza a cantora. (José Edmar Gomes/FS)
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