Nani: Música é linguagem do espírito e voz de Deus
- Edmar Gomes
- 17 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022


A cantora Nani Menezes no palco da Praça das Artes e com o percussionista Rodrigo.
Um show simples - à base de voz, violão e percussão - baseado nos mais conhecidos compositores da MPB e, portanto, carregado de significado, foi o que trouxe a cantora/psicóloga paulistana, radicada em Brasília há décadas, Nani Menezes, para a Praça das Artes, no sábado, 5 de janeiro de 2019.
Ela começou interpretando a impetuosa Língua, de Caetano Veloso, o que causou um certo impacto entre a plateia, prosseguiu com Palco, de Gil, e, a partir do versos: “ Fogo eterno pra afugentar/O inferno pra outro lugar”, usou a sua própria língua e mandou para bem longe sentimentos ruins como inveja, ingratidão, soberba e até a ditadura.
Ela continuou cantando e, também mandando recados políticos. “Os tiranos são ridículos”, afirmou ao interpretar Podre poderes. Certamente, Nani pensava num certo tirano, que, de tão maduro, está podre.

Público se preparando para assistir o show de Nani Menezes.
Nani disse, também, do palco, que sempre canta a música de Caetano Veloso porque, apesar de antiga, o conteúdo da letra é extremamente atual.
O show prosseguiu com momentos impetuosos, com ajuda do percussionista Rodrigo, na interpretação de músicas de Luiz Melodia, Rita Lee e outras feras da MPB. Em seguida, ela passou por canções autorais e mudou para um tom mais intimista.
Foi a vez de Cartola (O mundo é um moinho) e o show terminou com belas lembranças de Gonzaguinha.
“A música é a linguagem do espírito e a voz de Deus”, definiu Nani Menezes à reportagem, após o show.
Para ela, que usa a música como terapia, no seu trabalho de psicóloga, a música é realmente terapêutica e traz felicidade.
A cantora afirma que, no dia-a-dia de sua clínica, tem tido experiências interessantes usando a música, alcançando, no mínimo, a paz nesse processo.
“A música é um remédio que age na alma e no cérebro. Pacientes com dores crônicas, que prestam atenção à música, conseguem desviar a dor e aliviar o seu estado geral”, explica a terapeuta/cantora.
Ela afirma que, quando um artista vem se apresentar, é melhor não trazer expectativas para não se frustrar. No entanto, quando agente vem disposta a se entregar, agente se preenche.
“Eu prefiro me entregar”, afirma Nani, que se entregra mesmo é quando canta Onde Deus possa me ouvir, de Vander Lee, debaixo do chuveiro, conforme confessou ao Folha da Serra. (José Edmar Gomes/FS)
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