ARTE NA PRAÇA 2 Primeira noite foi considerada de alta qualidade artística
- Edmar Gomes
- 29 de nov. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022
Projeto começa com bela apresentação da Sinfônica de Sobradinho e prossegue com Pedro Paulo & Matheus
José Edmar Gomes

Banda Sinfônica de Sobradinho, mais uma vez, encantou o público (Fotos: José Edmar Gomes)
A segunda fase do Projeto Arte na Praça começou de forma brilhante, no sábado, 24 de novembro, com a apresentação da Banda Sinfônica de Sobradinho, que levou um bom público à Praça das Artes, da Quadra 8.
Apesar do frio e da constante ameaça de chuva, um bom público prestigiou e aplaudiu com entusiasmo a Banda Sinfônica, que já se tornou numa instituição que orgulha Sobradinho.
A excelência do trabalho da Sinfônica vem de quase quatro décadas, inicialmente sob a batuta do maestro José Antônio Nascimento e, agora, sob o olhar atento da maestrina Elaine Cristina de Oliveira, que foi muito aplaudida durante a apresentação.
Antes do show musical, os instrutores do Arte na Praça já haviam ministrado as oficinas de artesanato, DJ, pintura em tecido e dança; além de palestra sobre instrumentos musicais.
A noite também contou com a presença do jornalista e poeta Tarcísio Pádua, que lançou o seu livro de poesias Caminhar, na área da praça da alimentação, e declamou poemas no palco principal.
A noite inicial da segunda fase do Arte na Praça foi considerada por todos de alta qualidade artística e um belo momento de convivência entre cidadãos, que há muito não se viam.
Agora, a Cidade espera ansiosa a apresentação da dupla Pedro Paulo & Matheus, no próximo sábado, 1º de dezembro.

fotógrafo argentino e sua esposa Violeta, que é mineira, gostaram da noite e postaram fotos do evento para suas filhas, que moram nos EUA

As oficinas tiveram presença considerável de alunos, considerando o tempo chuvoso

Rodrigo Locutor foi o mestre de cerimônias e apresentou o evento com muita competência

A oficina de dança também foi muito concorrida

A BSS é uma tradição e um celeiro de músicos instrumentais em Brasília, finaliza a maestrina. movimento nas barracas da praça de alimentação, também foi considerável
Sinfônica faz apresentação memorável em noite fria
José Edmar Gomes/FS

A maestrina Elaine Cristina de Oliveira e o maestro Alex Paz, coordenador do Arte na Praça ( Fotos: José Edmar Gomes)
Nem a chuva, que caiu durante quase todo o dia; nem o frio, que se intensificou à noite, impediram que a apresentação da Banda Sinfônica de Sobradinho, na abertura da segunda fase do Projeto Arte na Praça, na Quadra 8, fosse um momento memorável que comoveu a todos os presentes.
O repertório passeou pelas obras de grandes nomes da música brasileira, passou por peças consagradas do cancioneiro internacional e a maestrina Elaine Cristina de Oliveira chegou a surpreender o público quando anunciou o número I Feel Good (I Got You), um funk de James Brown,de 1965, que recebeu dezenas de gravações, inclusive dos Rollings Stones.
Brown até hoje é considerado um dos maiores artistas da música negra americana, em quem Michael Jackson teria se inspirado para ser o que foi. I Feel Good acabou sendo reexecutada, a pedido do público, no final da apresentação da Banda, que teve a sorte de contar com a ajuda de São Pedro.
Durante o show não choveu, o que permitiu que centenas de pessoas ocupassem as áreas das barracas da praça de alimentação e as arquibancadas do teatro de arena para aplaudir as interpretações da BSS e a performance da maestrina Elaine de Oliveira.
Formação - A maestrina, mesmo cansada, explicou à reportagem do Folha da Serra, após a apresentação, a diferença entre banda e orquestra e porque os maestros gesticulam tanto na frente dos músicos, curiosidades que afetam a nós, leigos, na arte musical.
Segundo a maestrina, não há relação de hierarquia entre uma formação e outra.
“A banda sinfônica é uma orquestra de sopro. Uma formação específica para sopro e percussão, com os saxofones e os metais substituindo o violoncelo, as violas, etc.”Elaine explica que a banda sinfônica é uma formação mais moderna e não um subgrupo musical, e que tal formação é importante para a música instrumental.

Sob o comando da maestrina, a Sinfônica embevecia o público na Praça, a cada número
Sobre a atuação do maestro, a maestrina da BSS esclarece que o seu gestual, além de conduzir os músicos para o ‘caminho’ que o ele quer, dando sua própria interpretação, representa a parte visual da música e passa a devida emoção contida na peça musical.
“São muitos músicos e ficaria difícil para todos entrarem e ‘cortarem’ no mesmo lugar, sem a atuação do maestro”, revela a maestrina, numa linguagem bem específica.
Elaine então se lembra de José Antônio da Silva Nascimento, maestro que fundou a BSS, em 1979, começando como fanfarra para alunos da rede pública e, depois, a transformando em sinfônica, incorporando instrumentos de sopro e percussão.
O maestro Nascimento dirigiu a BSS, por três décadas, até a sua aposentadoria. Ao seu lado, a banda se apresentou em diversos estados brasileiros, participou de concursos e ganhou muitos prêmios.A BSS, hoje, é um dos orgulhos da Cidade Serrana e uma instituição importante que, segundo sua atual maestrina, é um celeiro de formação de músicos profissionais para bandas militares e orquestras.
A própria maestrina começou na BSS, com apenas 12 anos, depois foi para a Militar de Brasília e, hoje, também é clarinetista da Polícia Militar.
“Tudo que conquistei na música foi graças à BSS. Assim como eu, diversos músicos profissionais saíram da nossa banda para atuarem profissionalmente em diversos lugares”.
OFICINA DE ARTESANATO
Alunos de Telma Dantas
produzem peça em cada aula

Telma Ferreira Dantas estudou Artes Plásticas na Faculdade Dulcina de Morais
A artista plástica Telma Ferreira Dantas, formada pela Faculdade Dulcina de Morais, em 2001, além de manter seu atelier na Quadra 8 de Sobradinho, está envolvida com educação, há 18 anos, repassando os conhecimentos e técnicas que adquiriu principalmente na área de artesanato.
Na primeira fase do Projeto Arte na Praça, desenvolvido no segundo semestre de 2017 e início de 2018, ela ministrou concorrida oficina de artesanato, disputada por mulheres jovens e senhoras interessadas em dominar a maneira de produzir peças que poderiam decorar suas casas ou ser vendidas para ajudar no orçamento familiar.
Com o retorno do Projeto à Praça das Artes, Telma está de volta com sua oficina de artesanato, que já começou muito bem, no sábado, 24 de novembro, apesar das chuvas.
A coordenadora explica que os projetos de cada aula, que tem a duração de 120 minutos, priorizam a reciclagem como foco do processo de trabalho. “Transformar reciclando será sempre a dinâmica das aulas”, explica Telma.

A peça elaborada durante as aulas é sorteada entre os alunos
Luxo - Segundo a artista plástica, as pessoas devem saber que muita coisa que vai pro lixo pode se transformar em peças de decoração ou de uso, “maravilhosas”. “ O lixo pode virar um luxo”, adverte.
-A coordenadora explicou que, na aula de 24/11, por exemplo, a turma usou um pedaço de vitrine que ia pro lixo e o transformou numa belíssima bandeja branca e dourada.
“De acordo com Telma, o traste virou uma peça riquíssima, que pode servir para uso decorativo ou utilitário, podendo ser colocado na mesa, servir docinhos em festa ou ser colocada sobre um aparador com taças.
A coordenadora esclarece que a metodologia de suas aulas seguem um passo a passo, a partir do qual os alunos vão desenvolvendo a peça. Ao final da aula, a peça é sorteada entre eles. Em cada aula, uma peça diferente é produzida, utilizando também diferente técnicas.
Telma elabora o plano de cada aula e a técnica a ser desenvolvida a partir da matéria-prima que será utilizada. Ela própria providencia a matéria-prima das aulas, mas também aceita sugestões dos alunos que poderão ser desenvolvidas ao longo do projeto.
Todo sábado é desenvolvido um projeto de produção simples de uma peça diferente, de forma a que, ao final da aula, os participantes estejam aptos a desenvolver suas próprias peças.
“Eu oriento e os alunos vão desenvolvendo e perguntando, isso permite que eles absorvam a técnica de produção, sem dificuldades”, finaliza Telma Dantas.
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