Leão janta Jacaré e traz tri para Sobradinho
- Josê Edmar Gomes
- 22 de nov. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022

Atletas e torcedores do Leão da Serra comemora a vitória sobre o Brasiliense, no Mané Garrincha (Foto: reprodução)
A conquista do tricampeonato de futebol brasiliense pelo Sobradinho Esporte Clube, no sábado 7 de abril de 2018, no Estádio Mané Garrincha foi emocionante. Já no início do primeiro tempo, teve pênalti perdido, gol anulado e depois bolas na trave de lado a lado.
Na segunda etapa, o camisa 10 do Leão, João Manoel, abriu o placar logo aos 35 segundos. Com o resultado de 1 a 0, no tempo regulamentar, o Sobradinho levou a decisão para os pênaltis.
Nas cobranças, o goleiro Michael brilhou ao fazer três defesas e o zagueiro Rambo marcou o gol do título do Leão da Serra.
O Jacaré tinha tirado o título do Leão, ano passado, e uma vitória sobre o “bicho de papo amarelo” de Taguatinga era questão de honra para os sobradinhenses. Além disso, o grito de campeão estava engasgado na boca do Leão, desde 1986, quando os alvinegros foram bicampeões brasilienses.
Assim, o jogo cresceu em emoção e em lances fortes, levando os poucos mais de cinco mil torcedores presentes quase à loucura, até que a sorte virou para o Leão, aos 35 segundos da etapa final, quando o camisa 10, João Manoel, recebeu bola redonda de Mirandinha e fez o gol que empatou a decisão, já que o Jacaré tinha vencido o duelo de ida por 1 x 0.
Haja coração!
O Sobradinho precisava e queria ganhar e mostrou isso logo aos dois minutos da etapa inicial, com o mesmo João Manoel cobrando falta que fez o goleiro Sucuri do Brasiliense de espichar todo para defender o petardo.
Cinco minutos depois, no que seria o primeiro grande lance do jogo, Mirandinha fez ótima jogada e foi derrubado dentro na área. Pênalti para o Leão.
O artilheiro Platini, porém, da altura dos seus 11 gols, chegou com pompas e circunstâncias, e mandou a bola para o canto direito. Sucuri novamente se esticou todo para o canto certo e evitou o gol, para a decepção do artilheiro...e da torcida alvinegra.
Depois dessa, Platini e o Leão perderam um pouco do rebolado. Afinal, deixar de marcar um pênalti a essa altura do campeonato... O Jacaré, então, aproveitando o momentâneo desequilíbrio do Leão, passou a atacar e, aos 16 minutos, Filipe Cirne chutou de fora da área e obrigou Michael a fazer importante defesa.
Aos 22 minutos, porém, ocorreu o segundo grande lance do jogo. O ataque do Jacaré fez bela troca de passes, Michael se adiantou e a bola chegou aos pés de Souza, que chutou para um gol vazio.
Mas eis que, de repente, não mais que de repente, surge o zagueiro Rambo e tira a bola em cima da linha. É para isso que serve um herói. Boa Rambo. Mas as coisas continuavam pretas para o Leão. O Brasiliense mantinha a pressão. Nunes recebeu na pequena área e chutou de qualquer jeito. Era gol certo, mas Cirne se meteu onde não devia e tocou a bola para o fundo das redes. O bandeira viu impedimento e anulou o gol. O Leão precisava aproveitar a sorte. Era o momento. E aproveitou mesmo. Na sequência, o excelente Mirandinha carimbou o travessão e deixou Sucuri meio enrolado. Mas, em seguida, Souza cruzou pelo alto e Reinaldo também carimbou o poste esquerdo de Michael.
Como se viu, o futebol da primeira etapa foi de bom nível, o que causou grande impacto e fortes emoções nas arquibancadas, onde as torcidas vibravam com as jogadas e lamentavam os gols perdidos.
Segunda etapa
As emoções recomeçaram na segunda etapa e o Leão voltou disposto a “jantar” o Jacaré. Aos 35 segundos, João Manoel recebeu de Mirandinha e marcou o gol que empatou a decisão.
O Brasiliense ameaçou marcar, após o Leão se desestruturar por alguns minutos. Aos 14, porém, João Manoel quase marca novamente ao receber passe de Platini, que dominou com categoria e disparou em voleio, assustando Sucuri. Daí pra frente pouca coisa aconteceu e o jogo foi para os pênaltis.
Após vitória do Leão por 1 x 0 no tempo normal, mesmo placar que o Jacaré fez no jogo de ida, o Sobradinho conquistou o tricampeonato local após vencer a disputa por 4x3, com destaque para Michael, que defendeu três cobranças.

Rambo evitou um gol do Brasiliense e marcou este pênalti que selou a conquista do tricampeonato pelo Leão da Serra
O tricampeonato do Leão da Serra, portanto, não veio apenas dos pés dos seus artilheiros, mas das mãos do seu goleiro, Michael, que fez três defesas fundamentais para o título. Michael, aliás, é um nome emblemático para o alvinegro serrano.
Outro Michael, (o José Bastos) foi uma das peças fundamentais nas conquistas dos títulos de 1985 e 1986. Meio-campo matador, ele fazia gol a torto e a direito e defendeu o clube em seus momentos de glória e de dificuldade.
Michael José Bastos chegou a ser presidente do Leão da Serra, em 2001, tendo como gerente de futebol Toni Matos, ambos bicampeões como jogadores em 1985 e 1986.

Michel Platini foi o artilheiro com 12 gols
Torcida alvinegra faz festa em Sobradinho, depois de 32 anos de jejum

Os heróis de 1985 e 1986
Bocaiúva, Chiquinho, Hani, Rildo e Claudinho (Wellington); Zé Nilo, Filó e Artur; Régis, Toni e Jamil (Michael), comandados pelo técnico José Antônio Furtado Leal, venceram, dia 1º de dezembro de 1985, o Taguatinga, por 2 a 0, no Serejão.
Esta foi uma vitória maiúscula do Leão da Serra, que com ela conquistou o seu primeiro título de campeão brasiliense, iniciando uma bela, e às vezes, difícil história no futebol profissional da Capital da República..
O segundo título veio logo no ano seguinte. O Campeonato Brasiliense de 1986 foi disputado em dois turnos, cada um deles com duas fases, por oito equipes. Classificaram-se para as semifinais o Sobradinho, que venceu o primeiro turno; o Taguatinga, que venceu o segundo o segundo turno; além do Tiradentes e do Brasília, por índice técnico.

Equipe que conquistou o primeiro campeonato para Sobradinho em 1985
O Leão da Serra e o Taguatinga empataram em 2 a 2 no primeiro jogo da decisão, mas o Leão venceu a segunda partida por 1 x 0.
O segundo título de campeão brasiliense do Sobradinho foi conquistado de forma semelhante ao primeiro: disputou 21 jogos, venceu onze, empatou sete e perdeu três. Marcou 25 gols e sofreu 11, terminando com um saldo de 11 gols. O seu percentual de aproveitamento foi de 69%.

Atletas que trouxeram o bicampeonato para a Cidade Serrana em 1986
Dois treinadores dirigiram o Sobradinho em 1986: José Antônio Furtado Leal, que foi campeão em 1985, esteve à frente do clube em dezenove oportunidades. Nas duas primeiras partidas, o time foi dirigido por José Geraldo Andrade Neto.
Da mesma forma que em 1985, o Sobradinho utilizou 20 jogadores para conquistar seu segundo título de campeão brasiliense. Nenhum deles disputou todos os 21 jogos do Sobradinho no campeonato. Por outro lado, oito jogadores disputaram vinte jogos.
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