Casacasta faz 1º show de 2018 e mostra sonoridade do seu rock
- Jose Edmar Gomes Texto e fotos
- 11 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022

A Casacasta no palco do Arte na Praça: banda de Sobradinho com visibilidade em todo o DF e adjacências
Antes da chuva cair, o rock rolou na Praça das Artes. E não era um rock qualquer, era o som da Casacasta. Um rock elegante, sincero e melodioso, se é que vocês me entendem.
A semana foi de muita expectativa: enquanto a organização temia que caísse muita chuva, no primeiro sábado de 2018, o barulho seguia, cada vez mais alto, nas redes sociais, anunciando a banda que tem uma enorme legião de fãs em Sobradinho e um carisma que a coloca no topo da cena artística do DF.
Mas, na hora H, apesar do tempo fechado e da baixa temperatura, a chuva não caiu o suficiente para atrapalhar a atração principal da 20ª edição do Projeto Arte na Praça e, aos poucos, as arquibancadas foram ganhando cores e alegria, pela presença de gente jovem e animada.

A plateia, apesar do mau tempo, foi chegando e se confraternizando nas arquibancadas do anfiteatro
Eram os integrantes da “casa pura” e da “pura família brasileira”, que vieram prestigiar seus rockers: os poetas das serras de Sobradinho.
Formada em 2008, a Casacasta já tinha lançado o CD Progresso, em 2010, que foi muito festejado no DF e o grupo ganhou mais visibilidade quando se apresentou no Porão do Rock em 2014.
Porão - Mesclando as músicas do primeiro álbum e músicas novas, o show da banda na Praça das Artes foi muito apreciado pela elegância e “suavidade” dos arranjos.
Faixas como Glória, Vagabundo, Tentativa de Vida, Analista, Óleo de benzer, Discutindo a relação, etc, mostraram com clareza a originalidade sonora da Casacasta, que mistura rock, samba, rap, funk e reggae e, além do Porão do Rock, já participou de festivais como o Finca (Universidade de Brasília), Festival de Música Popular do Gama, Quadrilátero Cruls e Acorda. O CD Progresso tem dez faixas que tratam, essencialmente, de temas políticos e a mistura de ritmos, na verdade, acentua-se no samba. Em 2012, a Casacasta passou por mudanças na formação e, atualmente conta com João Robatini (voz e guitarra), PG (baixo), Ângelo Pereira (guitarra) e Pedro Gabriel (bateria). No momento, a banda trabalha na produção do segundo álbum.

Antes do show, as oficinas estavam em atividade, como esta de pintura de rosto e tecidos
MPB - Após o show na Praça das Artes, o bandleader, João Robatini, disse à reportagem do Folha da Serra que a proposta da Casacasta é usar certos elementos que nem sempre estão presente no rock, como samba, funk, soul e rap. Ele garantiu que essa mistura, no final, vira o mais puro rock’nroll.
Robatini avisa que a Casa está em estúdio para entregar um novo CD, neste ano novo, onde a influência da MPB é mais acentuada, ainda. Para ele, o rock de Brasília, hoje, acompanha a tendência internacional e não tem mais aquela influência da MPB, que tinha nos anos 80/90, com Paralamas, Legião e Cássia.
“Isso,( acompanhar a tendência internacional e não a MPB) não pode ser considerada uma evolução do rock brasiliense, pois considero a MPB a música mais evoluída do planeta”, polemiza o leader da Casa.
Ainda assim, João considera que o rock da capital não perdeu a cara de Brasília e Sobradinho tem agregado valores a este universo, à medida que suas bandas chegam, como a Casa chegou, a eventos como o Porão do Rock.
Química - João crê que a apresentação na Praça das Artes foi muito interessante, pois o Arte na Praça para ele, é um projeto providencial, que tem que ter continuidade para garantir o espaço para os artistas locais.
“Em Sobradinho, agente tropeça num grande músico, a cada momento e, se balançarmos uma mangueira, além de muita manga, caem quatro artistas plásticos na sua frente”, revela.
O artista diz que quando a Casa toca em Sobradinho, toca muito mais apaixonada, sobretudo, porque quando ele olha para a plateia e vê aqueles tantos amigos, a sensação de felicidade aumenta, “pois a química é essencial”.
João disse que o ano passado foi muito bom para a Casacasta. Segundo ele, a banda esteve muito tempo em estúdio, estudou muito, tocou muito em muitos lugares e incorporou o quarto elemento ao grupo: PG, o novo baixista.
“Este ano, além do novo CD, a banda quer mostrar o que estudou, gravar mais, tocar mais e espalhar felicidade pelo DF”. A Casa realmente é muito casta, não é?.
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