Wasny analisa transporte e saúde do Distrito Federal
- Jose Edmar Gomes
- 1 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de out. de 2022

Wasny de Roure teve sua pré-candidatura ao Senado lançada por Ricardo Vale em 16 de dezembro de 2016 (Foto: Metrópoles)
- É um absurdo o aumento das passagens chegar a 75% em 14 meses de gestão. Isso me faz crer que o Governo Rollemberg não tinha estudo técnico que pudesse amparar tal aumento.
A declaração é do deputado Wasny de Roure ao analisar o serviço ruim e o preço alto das passagens do transporte público urbano no DF, em entrevista ao FS, no último dia 11 de março.
Para o deputado do PT, o atual governador tem boa intenção, “mas de boa intenção o inferno tá cheio”. “O GDF precisa contar com quadros técnicos capazes de enfrentar, de igual para igual, os empresários no debate técnico, considerando-se a magnitude dos contratos”, observa.
“A sociedade é refém dos interesses dos empresários, que prestam um serviço relevante, mas têm que ser supervisionados pelo poder público, o que não vem ocorrendo adequadamente”, adverte o deputado.
Wasny lembra que o Governo Agnelo elaborou um novo processo de licitação, que moralizou o setor, mas o modelo do contrato deixou a desejar e trouxe certos problemas
.
Entretanto, hoje, ele vê como gravíssima a questão do subsídio às empresas que, ano passado, chegou R$ 600 milhões e, este ano, segundo ele, vai chegar à quase um bilhão de reais.
A diferença entre as tarifas técnica e a do usuário é outro problema que o distrital considera gritante. Para ele, a Secretaria de Estado de Mobilidade do Distrito Federal não tem nenhum controle sobre a questão e está inteiramente refém dos empresários.
O distrital cita ainda as gratuidades, como outro fator complicador que precisa ser reexaminado. "A gratuidade é uma política necessária, mas deve ser tratada a partir da escassez e não da forma extravagante com que tem crescido”.
Wasny volta à campanha política para relembrar quando o atual governador chamou o governo do PT de ‘Agnulo’. “Hoje, eu afirmo que o Governo Rollemberg vive o absoluto descontrole e falta de supervisão no transporte público”, dispara.
O deputado também não concorda com a afirmação de que Agnelo passou cerca de dez anos sem dar o devido aumento às passagens. Segundo ele, o contrato foi assinado em 2013 e só se pode falar algo a respeito de aumento desse ano para cá.
O distrital observa, inclusive, que, exceto a São José, são novas empresas que estão prestando o serviço e o povo sabe que as empresas de dez anos atrás não estão mais em Brasília. “Não se pode tratar o povo como idiota”, adverte.
Para o deputado, que é um dos pré-candidatos ao Senado nas próximas eleições, a gestão do transporte público do atual governo é pior do que a gestão da saúde, que beira ao caos. “Ninguém sabe nada. É um absoluto descontrole”.
SAÚDE
A gestão da saúde pública é outra questão que preocupa Wasny de Roure. Segundo ele, o modelo do DF foi construído com base nos postos de saúde, que já caiu por terra, mas a estrutura existe.
“Em seguida, vieram as UPA’s e, atualmente, estamos vendo a migração para a atenção primária, que é a política que o Ministério da Saúde está incentivando e apoiando financeiramente.”
Entretanto, segundo o deputado, é difícil conciliar estas vertentes que mudam com o tempo. Para ele, apesar da equipe ser bem intencionada, é preciso resgatar o papel do Conselho de Saúde, reabastecer a Secretaria e repensar o sistema com os servidores.
Wasny vê a proposta da atenção primária como correta, mas lamenta que o governo não tenha construído um diálogo com os servidores, pois eles serão afetados com relação ao local de trabalho, formação de equipes e colocados na perspectiva da volta do modelo da saúde da família.
O deputado entende a saúde pública como uma rede diversificada, cujos profissionais precisam absorver as demandas que são canalizadas para ela. Ele exemplifica, dizendo que uma pessoa idosa tem necessidades específicas, que são diferentes de uma pessoa de 20 anos.
“Tenho esperanças de que saúde supere seus problemas, pois Brasília conta com estrutura invejável: várias faculdades de medicina públicas e privadas, um setor privado grande e atuante, etc.”
Para Wasny, a partir do bom senso e do diálogo entre o governo, servidores e a comunidade é possível superar os problemas, pois não falta verba e recursos estão sendo devolvidos.
O deputado relata que, em dezembro passado, o governo remanejou R$ 370 milhões para a saúde, que saíram do Fundo de Segurança.
“O problema não é falta de recursos, precisamos é de juízo para gerenciar a saúde, ” finaliza Wasny de Roure.
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